quarta-feira, 29 de junho de 2011

Tecnisa Ideias: abrindo espaço para novas ideias

Caros leitores,

Neste post voltamos a abordar o tema da co-criação que tem sido, frequentemente, priorizado por grandes empresas.
O caso que vamos apresentar é o da construtora Tecnisa, reconhecida como inovadora por iniciar o processo de vendas de imóveis pela internet e por sua forte presença no mundo virtual através de redes sociais e diversos portais de comunicação com clientes, colaboradores, parceiros. A construtora decidiu, então, adotar o tema da inovação novamente em suas ações, e desta vez utilizando a co-criação.
Para uma melhor compreensão, vamos conceituar o assunto. A co-criação é uma maneira de inovar a fim de gerar valor às partes externas da empresa, como clientes e fornecedores. Esta ferramenta se constitui a partir do momento em que as partes se integram no processo criativo e produtivo da empresa para o aperfeiçoamento ou lançamento de produtos.

O Tecnisa Ideias, desenvolvido pela construtora, é um portal colaborativo sobre a construção civil que permite a participação de clientes e do público em geral com ideias de potencial inovador ou ainda a sugestão para a melhoria de diversos processos.
Para participar do Tecnisa Ideias basta cadastrar-se no site ou, para os adeptos às redes sociais, conectar-se através do Facebook. O próximo passo é enviar a ideia e, então é permitida a realização de perguntas com relação à ideia ou informações que estejam no site. O objetivo é a máxima interação entre as partes, o internauta pode responder às perguntas dos demais e a troca de informações é livre.
Periodicamente são propostas algumas atividades aos cadastrados, neste momento, há a oportunidade de participação dos desafios, havendo maior interação.
Dentro das etapas do programa estão as fases de votação e comentários, onde é possível expressar sua opinião sobre qualquer informação, sugestão, pergunta ou ideia publicada no portal.
Os resultados do Tecnisa Ideias são bastante expressivos: são 1.100 ideias recebidas, sendo que 22 já estão aprovadas e em processo de implantação.

E você? O que pensa sobre colaborar com boas ideias para grandes negócios?
Para participar do Tecnisa Ideias, acesse www.tecnisaideias.com.br.

Natália Malta Alquati

sábado, 18 de junho de 2011

Inovador Serial II - A Nestlé novamente


Olá,

Alguns posts atrás comentei minha experiência com a Nespresso, negócio da gigante Nestlé na área de Café Gourmet que vem ganhando cada vez mais fãs pelo mundo. No post anterior abordei a questão da inovação na experiência de consumo. Mas a Nespresso é muito mais que isso. A iniciativa lançada em 1986 se transformou num negócio de mais de U$ 3 bi.
O modelo é inovador em diferentes aspectos:
- Em Clientes, por acessar um mercado até então não explorado.
- Em Oferta, pela conveniência de ter um café de alta qualidade em casa ou no escritório.
- Em Soluções, por incorporar produto, serviço (o clube de venda de cápsulas) e o fornecimento de informação sobre os cafés
- Na Captura de Valor por estabelecer 3 fontes de geração de receita: a venda da máquina (em diferentes tipos); a venda das cápsulas utilizadas para fazer o café; as lojas que vendem isso tudo e mais um cardápio dos próprios cafés da marca e alguns doces e salgados com alto preço.

Há outras máquinas e outras cápsulas? Sim. Mas a Nestlé desenvolveu e deu escala num modelo inovador ao longo de 18 anos de operação que gerou vantagem competitiva e um bom grau de dificuldade de imitação. Na mesma linha a empresa desenveolveu a Dolce Gusto uma máquina de mais baixo valor para acessar outros segmentos.

A Nestlé quer mais e tenta repetir a dose no mercado de chás. A reportagem da Revista Exame relata o movimento . Irá conseguir?

O mercado é amplo, em torno de U$ 30 bi mas há um forte concorrente com 15$ de mercado, a Unilever com a marca Lipton

A discussão de especialistas no mercado tem sido em avaliar positivamente a facilidade de uso da máquina mas questionar a capacidade de produzir um chá de alta qualidade. Também há questionamentos acerca das cápsulas de aluminio e como recicla-las.

Petraea Heynike, VP da Nestlé. disse “Special T é outra grande demonstração da capacidade de inovação da Nestlé com uma máquina pioneira. sendo outra inovação no mercado de sistemas de bebidas o que evidencia a importância dada a P%D e Inovação”


A empresa tenta revolucionar o negócios de chá com o modelo destacado acima. As competências do modelo se sustentam em:
1- Capacidade de relacionamento com os clientes nas lojas e no clube para criar uma experiência fantástica;
2- Capacidade de gestão da marca para criar a sensação de exclusividade do produto e do portifolio de cafés
3- Capacidade de oferecer alta qualidade de café com integridade de sabor
4- Capacidade de possibilitar a operação facilitada em casa ou no escritório com uma máquina fácil de usar


Tais competências serão decisivas para vencer no novo negócio. Para experimentar e refinar o modelo aplicado a chás a Nestlé optou por iniciar o negócio na França onde tem a maior gama de clientes. Sábia decisão. Esses primeiros momentos poderão responder algumas das incertezas básicas do projeto e preparar a empresa para os novos mercados.

O que você acredita que irá ocorrer?


a) a Nestlé irá revolucionar esse mercado de Chás Gourmet criando um novo Nespresso?
b) a Nestlé terá uma boa participação de mercado mas a Unilever irá responder de diferentes formas e segurar o ataque da Nestlé?
c) a Nestlé irá naufragar afinal café é uma coisa e chá é outra?


A minha aposta é de que a empresa suiça tem boas possibilidades de fazer com chás o que fez com o mercado de café premium.

A sorte está lançada!

Abraços
Maximiliano Carlomagno

sábado, 11 de junho de 2011

Inovador Serial?


Olá,

Em nossos programas de consultoria e educação executiva em gestão da inovação é natural que os participantes nos questionem sobre casos de empresas inovadoras Brasileiras. Nos últimos anos não foram poucas as vezes que abordamos o HABIBs como uma dessas empresas. Inovação no segmento de clientes (atraiu para o segmento um público que até então não consumia).

Mas parece que o Sr. Alberto Saraiva não quer parar por aí. Depois da Ragazzo vem ai a franquia da Box30.

Em recente reportagem para o Portal Exame pudemos capturar alguns insights que podem ser utilizados por outros empreendedores.

Como surgiu a ideia?
O empresário estava em férias em Miami quando teve a ideia de montar a nova franquia. Observando a rede de sorveterias Cold Stone, que tem mais de mil unidades em funcionamento nos Estados Unidos, vislumbrou o potencial de uma operação de menor porte, com menor faturamento, mas que poderia se multiplicar mais rapidamente.

Qual a proposta de valor?
A fórmula é simples: o cardápio oferece 30 itens diferentes, com preços que variam de R$0,89 a R$ 2,90. Ao comprar mais de 30 unidades de qualquer produto, o cliente leva o dobro da quantidade paga. “Se pedir 30 coxinhas, leva 60 coxinhas. Se pedir 30 quibes, leva 60 quibes. Se pedir 30 latas de Coca-Cola, leva 60 latas de Coca-Cola”, resume Saraiva.

Como foi desenhado o modelo de negócio?
Concluí que tínhamos que montar um negócio com potencial de abrir mil unidades, faturando, em média, R$ 100 mil por mês cada. A partir daí comecei a idealizar a Box30. Foi um processo de engenharia reversa”, conta.

Como tem sido o desenvolvimento da ideia?
Entre o momento do “insight” e o início da operação da unidade piloto foram apenas 55 dias. A pré-produção dos salgados – que são apenas finalizados na hora de servir na loja – é feita na mesma cozinha central que abastece todas as unidades do Habib’s e do Ragazzo, rede de comida italiana que também pertence ao grupo.

Com o sucesso da primeira unidade piloto, a rede se prepara para abrir mais cinco unidades do Box30 ainda este ano, todas próprias. A marca só começará a ser vendida como franquia a partir do ano que vem. “Estamos testando o conceito primeiro, como fizemos com as outras bandeiras”, justifica Saraiva.

E o Futuro?
A proposta de valor parece adequada a um mercado em expansão de renda que vem comendo fora de casa com maior frequencia, enfim, tendências que devem se consolidar. A experiência na operação de modelos de negócio de baixo custo-baixo preço é um expertise importante que a empresa desenvolveu nos últimos anos e que sugere fará enome diferença também nessa operação. O compartilhamento de algumas atividades com as demais empresas do grupo e a troca de experiência entre as marcas pode servir como atalho para determinados desafios. O Habibs conseguiu se transformar numa inovação. A Box30 tem alguns antecedentes importantes que aumentam suas chances de seguir no mesmo caminho.

O que você acha?

Abraços
Maximiliano Carlomagno

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Quatro Eixos para uma Revolução


Olá,

Seguimos nossa missão de auxiliar as empresas brasileiras a se tornarem mais inovadoras. Por vezes abordamos questões intra-organizacionais. Nesse post gostaria de destacar aspectos macro que precisam ser executados para criar um ambiente empresarial mais propício a inovação. A íntegra desse artigo você pode conferir em nossa coluna no Jornal Brasil Econômico.



Para que o país continue crescendo significativamente, precisamos de uma verdadeira revolução focada na inovação.

Entendo que há quatro grandes eixos a serem priorizados.

O primeiro eixo trata da qualificação da educação em todos os níveis, da básica à superior. Afinal, a transformação do conhecimento em resultado envolve de competências básicas àquelas mais refinadas. A educação empreendedora deve se constituir num dos vértices dessa iniciativa.

Um segundo eixo diz respeito aos investimentos em pesquisa e desenvolvimento (P&D). As empresas brasileiras investem pouco na área e, mesmo considerando os recursos públicos, o Brasil fica muito atrás de países menos desenvolvidos nesse quesito.

Os mecanismos de incentivos fiscais para inovação têm surtido efeito, mas precisam ser intensificados e ampliados.

O terceiro eixo é a consolidação de um mercado formal de capital de risco para novos projetos. A base do sucesso do Vale do Silício, nos Estados Unidos, está centrada na disponibilidade de investidores dispostos a apostar em pequenos projetos ainda em fase inicial.

O quarto eixo de atuação é a qualificação da gestão da inovação. Um dos principais quesitos que determinaram a queda do Brasil no ranking de competitividade citado reside na discrepância entre a eficiência do setor privado e a baixa eficiência do setor público.

Nossas organizações precisam se capacitar, incorporar novas ferramentas de gestão e ter acesso a melhores práticas de inovação.


Veja a conclusão no Brasil Economico.

O que você pensa sobre o assunto? Compartilhe sua visão conosco para fazermos do Brasil um país mais inovador.

abs
Maximiliano Carlomagno