terça-feira, 26 de abril de 2011

UFC: exemplo de inovação no esporte

Caros leitores,

Após diversos espaços na mídia reservados à luta entre Anderson Silva e Vitor Belfort, onde a vitória de Anderson foi assistida por milhões de pessoas ao redor do mundo, este blog resolveu reservar também um espaço para trazer aos leitores as inovações que tornaram o UFC (Ultimate Fighting Championship) um fenômeno televisivo.

O que é UFC?

O UFC é a silga de Ultimate Fighting Championship, um evento de luta que é realizado todos os anos, porém sem uma periodicidade específica, que reúne os melhores atletas de MMA (Mixed Martial Arts), cujas lutas não têm um estilo definido, podendo-se utilizar inúmeras técnicas. O UFC, fundado pelo brasileiro Rorion Gracie, é como se fosse a liga dos lutadores e, atualmente, substitui o PRIDE, evento que era realizado no Japão e conhecido por não ter muitas regras.

Trajetória do UFC

O UFC foi criado em 1993 para conhecer o melhor lutador do mundo. Eram campeonatos de 5 ou 16 homens onde os lutadores tinham que ganhar 3 lutas para se sagrar o campeão do UFC. Neste campeonato, não importava o estilo de artes marciais que praticava, sendo inspirado no vale-tudo brasileiro. Por não possuir quase nenhuma regra, o torneio se tornava sagrento demais, sendo banido em boa parte dos EUA com o passar dos anos.
Até que em 2001, Frank e Lorenzo Ferttita (ex-donos de cassinos em Las Vegas) e o empresário Dana White resolveram apostar em um evento de lutas até então desacreditado e fora dos canais de pay-per-view. No entanto, nesse negócio, havia um público muito pequeno, mas fiel nos dias de combate, além de mirradas assinaturas de televisão fechada. O trio adquiriu de Gracie os direitos sobre a marca UFC por US$ 2 milhões.
O primeiro passo para compra da competição foi fundar a empresa Zuffa (luta em italiano) para controlar a marca, na qual seu sócio majoritário e executivo da organização passou a ser Dana. Para retirar o cartaz de evento violento, Dana adotou as inicias MMA para criar uma opinião mais desportiva e menos agressiva perante o público.Passou-se a estabelecer regras mais rígidas para as lutas.

Abaixo mostraremos em que dimensões do Radar da Inovação o UFC se utilizou para obter o sucesso que é hoje. O objeto de estudo se destaca em oferta (desenvolvimento de novos produtos ou serviços), experiência do consumidor (repensar a interação da empresacom os públicos. Criar novas experiências e sensações ao público), captura de valor (redefinir como a empresa é remunerada por seus produtos e serviços), cadeia de fornecimento (pensar diferente sobre fornecimento, movimentação e entrega dos produtos ou serviços) e marca (utilizar a marca como alavanca para novas oportunidades em outros setores).



Oferta

No início do UFC as lutas não tinham duração pré-determinada, após a empresa Zuffa comprar os direitos do UFC, passou a ter rounds de cinco minutos. Quando as lutas valem o cinturação da categoria, as lutas têm limite de cinco rounds, enquanto os demais combates duram três tempos. Isso faz com que em uma mesma edição do UFC se tenha mais lutas, sendo diversas lutas preliminares e uma luta principal ao final das outras.

Experiência do Consumidor

Todo o marketing envolvido nos eventos do UFC tornou as lutas mais que simples degladiações entre dois lutadores, tornaram-se verdadeiros shows. O público paga seu ingresso para assitir espetáculos de som e luzes, como um show de rock. Os locais onde se realizam as lutas dão charme ao evento, como cassinos e arenas renomadas. Ainda junto ao evento, existe o UFC Fan Expo, onde os lutadores que irão participar da edição do UFC participam de sessões de autógrafos e outras atividades junto aos fãs. Toda essa série de atividades midiáticas faz com que as lutas se tornem uma experiência positiva cada vez mais intensa em seu consumidor.

Captura de Valor

Dana passou realizar um marketing intenso sobre os eventos, reuniu árbitros respeitados e voltou a vender grandes quantias de pay-per-view por combates. Isso fez com que grandes anunciantes se interessassem pelo evento e começassem a patrociná-lo. Em 2007, os irmãos Ferttita compraram o PRIDE (competição japonesa) e, em 2011, a Zuffa anunciou a compra do seu maior rival nos EUA, a Strikeforce, dominando de vez o mercado de lutas.
A ideia de Dana era fazer o UFC o maior evento de lutas do planeta. Apenas dez anos depois o UFC é o campenato mais prestigiado de lutas no mundo. Seu valor de mercado, segundo a revista Forbes, chega hoje a impressionantes US$ 2 bilhões. Se por ser realizado em todo o mundo e exibido apenas em canais de pay-per-view. Atualmente, as lutas chegam a cerca de 350 milhões de casas em aproximadamente 130 países pelo sistema de pay-per-view.

Cadeia de Fornecimento

Como forma de reestruturar o UFC, o presidente Dana começou a contratar os lutadores com apelo de mídia, fazendo com que para cada evento a empresa selecione quem irá participar de algumas lutas e do UFC Fan Expo. A Zuffa inovou ao se relacionar com seus “fornecedores” – os lutadores – pois passou a pagá-los para participarem das lutas, criando assim um portfólio de lutadores vasto.

Marca

O esporte que mais cresce nos últimos 20 anos, superando até mesmo o nosso apaixonante futebol, ganhou espaços não só na televisão através do pay-per-view, mas também através do vídeo game, pela empresa THQ Inc., o jogo é um sucesso absoluto de vendas. Outro sucesso de aproveitamento da marca UFC é o reality-show The Ultimate Fighter, onde treinadores e lutadores são vigiados por câmeras no seu dia-a-dia.

E você caro leitor, quais outros eventos, esportivos ou não, que conseguem alavancar seu sucesso através da inovação? Compartilhe conosco!

Márcio Harter

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Barbie: Proporcionando novas experiências ao consumidor

Olá,
Ao longo deste post vamos abordar as inovações da marca Barbie principalmente no que se refere às diferentes experiências que tem proporcionado ao consumidor.

MUSEU PARA TODAS AS GERAÇÕES

Está em Porto Alegre, desde o dia 11 de março, o Museu da Barbie, a boneca mais admirada e vendida dos últimos tempos. O Museu reúne mais de 400 bonecas do colecionador Carlos Keffer, incluindo o primeiro exemplar de 1959.
O espaço temático é separado em diferentes ambientes onde estão os vários grupos da boneca. Ao visitar o Museu, pude perceber um encontro de várias gerações apreciando a exposição. Avós, mães e filhas admirando as bonecas de suas épocas, relembrando momentos e acompanhando a evolução do produto.

A EVOLUÇÃO DO PRODUTO
Em um primeiro momento, a criação era de uma boneca com corpo de manequim que reflete a população economicamente privilegiada, assim, luxo e sofisticação são características marcantes da imagem da Barbie. A partir de então, novos modelos vão surgindo, acompanhando as novidades do mundo real e marcando momentos históricos.
Além das novas versões da Barbie, o mercado atenta às novas necessidades e desejos expostos pelas crianças, público consumidor das bonecas; a partir desta percepção, começam a surgir novos produtos com a marca Barbie e percebe-se a importância de manter um relacionamento, um contato com as pequenas clientes não apenas no momento da compra ou da brincadeira com a boneca.

EXPERIÊNCIAS DO CONSUMIDOR
Podemos fazer uma análise a partir de uma das dimensões do Radar da Inovação: Experiência do Consumidor. Segundo os autores da ferramenta, a inovação em Experiência do Consumidor é uma maneira de estreitar a relação com o cliente, considerando tudo que ele sente e experimenta quando interage com o produto.


O Museu com certeza é uma das maneiras de proporcionar às consumidoras uma experiência diferente, de aproximação entre o mundo real e imaginário. Além disso, várias lojas do shopping Iguatemi, local da exposição, aproveitam o momento para induzir o consumo dos vários produtos da marca, atraindo os clientes com as vitrines dedicadas ao tema.
Outra ação para despertar novas experiências no mundo da Barbie é através do site. No portal temático é possível viver realmente uma vida de Barbie. As internautas podem entrar no salão de beleza e criar looks personalizados para sua boneca; no ambiente quarto é possível decorar a casa da maneira que desejar tudo com se estivesse na companhia da boneca e de suas outras amigas.

Para as consumidoras, é incrível a sensação de proximidade com a Barbie, como se fizessem realmente parte do cenário da boneca que é sinônimo de beleza e elegância.

E você?! Que outras marcas você acha que têm proporcionado novas experiências a seus clientes?
Compartilhe sua opinião conosco.

Natália Malta Alquati

quarta-feira, 16 de março de 2011

Facebook revoluciona as redes sociais


Olá pessoal,

Muito tem se utilizado e falado na febre que se tornou a rede social Facebook. Alguns se perguntam o que tornou esta ferramenta de comunicação social tão poderosa – 3ª empresa mais inovadora segunda a Fast Company, uma das marcas mais valiosas do mundo sendo avaliada em US$ 50 bilhões, 600 milhões de usuários e até enredo de longa metragem – enquanto outras como Orkut, Linkedin, My Space não chegaram e talvez nunca chegarão no degrau que chegou o Facebook.
A resposta é simples: inovação. Para quem não conhece a história dessa rede social: seu fundador Mark Zuckerberg lançou em 2004 uma rede social primeiramente restrita à Universidade de Harvard, nos EUA, para mais tarde ser disseminada entre outras universidades e escolas americanas. Esse nicho procurado por Mark já se configura em uma inovação de clientes, pois ela foi criada para substituir os e-mails trocados entre os alunos de Harvard, isso gerando mais eficiência na comunicação.
Ao mesmo tempo em que é uma inovação de clientes também é de oferta, pois ao longo dos anos o Facebook foi se diferenciado de outras redes sociais à medida que foi agregando outras funcionalidades que as demais plataformas ainda não haviam agregado. Ele acaba sendo convergente à medida que faz o que seus concorrentes fazem, só que de forma agregada. Ele é um mural (no estilo do Twitter); conecta o usuário a seus conhecidos de colégio, empresa que trabalha, universidade, contatos de email; permite “curtir” fotos e comentários de outros usuários; permite postar fotos (atualmente são mais de 60 milhões de fotos postadas semanalmente, ultrapassando sites especializados em fotos), em suma: o Facebook é Twitter, Orkut, blog e fotolog ao mesmo tempo.
A rede de relacionamento criada por Zuckerberg é um fenômeno quando se trata da inovação na dimensão da captura de valor, pois foi à primeira rede social a ter anúncios em seu site. Em apenas dois anos, sua publicidade cresceu de 2,9% para 13,6% doa anúncios que aparecem em site, desbancando AOL e Yahoo e muito provavelmente roubando espaços publicitários na televisão, segundo jornal Valor Econômico. Ainda na dimensão de captura de valor, no Facebook, a partir de 1º junho, todos os jogos baseados em sua plataforma deverão usar uma moeda virtual chamada Facebook Credits. Jogos como Farmville e Cytiville, que são pertencentes a outras empresas, deverão usar a nova moeda. Essas moedas virtuais serão pagas com dinheiro real, através de cartão de crédito ou companhias que viabilizam pagamento online, como a Paypal. A rede de relacionamento irá cobrar uma taxa de 30% de cada transação feita com sua moeda virtual, segundo a revista Época Dinheiro.
Zuckerberg tem como principal meta sepultar o Google, até o momento soberano na internet em número de acessos. Não acredito que isso irá acontecer apesar de concorrerem em algumas instâncias. Mas de qualquer maneira, o que o jovem de 26 anos está fazendo é sinônimo de inovação na internet.
E você? Qual sua avaliação sobre o perfil de inovação do Facebook? Que outros tipos de inovação você identifica neste case de sucesso?

Márcio Harter

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

As mais inovadoras do mundo

Olá,
A Fast Company divulgou na última semana a lista de 2011 das 50 empresas mais inovadoras do mundo. Neste post vamos comentar as primeiras colocadas.
Não foi nenhuma surpresa ter a Apple na liderança do ranking (no ano passado ocupava o terceiro lugar). Nos últimos anos vem dominando o mundo tecnológico com lançamentos que tornam as pessoas cada vez mais dependentes de seus produtos pela interatividade e facilidades que proporcionam, além do design que encanta seus usuários.
O Twitter, criado inicialmente para envio de mensagens SMS pelo celular, saiu da 50ª posição, em 2010, para a 2ª, devido ao crescimento significativo e à transformação gerada na comunicação. Hoje o Twitter abrange o envio de mensagens pela Web e, em seus cinco anos de existência, a empresa que tinha 9.600 usuários, hoje possui 195 milhões. O desafio agora é como capturar valor com a ferramenta.
O fenômeno Facebook, de Mark Zuckerberg, ocupa a 3ª posição, em 2010 era o primeiro colocado. Uma das razões de estar entre as empresas mais inovadoras do mundo, é o fato de ter alcançado os 600 milhões de usuários, um crescimento de 145% na base de usuários dos EUA. Além disso, o Facebook, nos primeiros nove meses de 2010, obteve uma receita de 1,2 bilhões de dólares.
Na 4ª posição está a Nissan pelo desenvolvimento do Leaf. O carro elétrico Leaf surgiu a partir da consciência de que se deve trabalhar soluções para os problemas ambientais e políticos – como o caso do petróleo. O carro é o único elétrico que possui emissão-zero de poluentes, os demais ainda utilizam gasolina. A ideia da Nissan é criar soluções alternativas e crê que, em dez anos, quando a perspectiva é de que haja 2 bilhões de veículos no mundo, 10% deste mercado sejam ocupados com opções ecologicamente corretas.
Outras empresas como Groupon, Google, Dawinf Information Industry, Netflix, Zynga e Epocrates estão entre as dez primeiras da lista. Estas, e outras, são companhias que estão quebrando paradigmas no desenvolvimento de seus produtos, na prestação de serviços, no modelo de gerar novas receitas, na captação de novos clientes, e, principalmente, estão obtendo resultados espetaculares através de suas inovações. Acesse o site da Fast Company e confira a lista completa.

Natália Alquati

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Criativos ou Inovadores?


Olá,

Na sexta feira passada foi publicado o artigo do Felipe Scherer, sócio-fundador da Innoscience no Jornal Brasil Economico. A reflexão aborda "um estudo sobre as novas regras da inovação no mundo, do qual participaram mil executivos em 12 países. Chamado Global Innovation Barometer e realizado pela GE, seus resultados não chegam a surpreender. Por exemplo: 95% dos entrevistados acreditam que a inovação é a chave para uma economia mais competitiva".

Segundo Felipe, "o estudo traz achados interessantes. Apesar de nós, brasileiros, não sermos vistos como os mais inovadores, fomos considerados como um dos três países mais otimistas em relação a como a inovação pode melhorar a vida das pessoas e o país".

Felipe acredita que "Os sinais são positivos. O volume de investimento corporativo em ações de inovação tem crescido no país, tanto nas empresas nacionais quando nas estrangeiras que aqui atuam. Esse é um bom caminho para transformar a criatividade dos brasileiros em inovação".

Para ler o artigo na íntegra acesse.

Abraços
Max

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Inovação = Impacto



Olá Pessoal,
Bom voltar a rotina das nossas discussões sobre inovação. Vocês também podem acompanhar nossas ideias no Blog de Inovação da 3M no www.3minovacao.com.br
Nessa semana muito tem se falado sobre a licença saúde de Steve Jobs, CEO da Apple, considerada a empresa mais inovadora do Mundo. Uma novela com novos capítulos, um "Vale a pena ver de novo".
Prefero abordar o legado que Jobs tem deixado a empresa. De uma atuante de nicho no segmento de micro computadores para a líder do universo de eletrônico global. A empresa de tecnologia da informação mais valiosa do mundo.
A mais recente novidade que caracteriza bem O QUE É INOVAÇÃO é o impacto do iPAD no mercado de tablets. Alguns me questionam: mas eles não criaram o tablet? Não? Mas eles repensaram, conectaram, redimensionaram e redefiniram o uso. As inovações da Apple não estão no produto mas na experiência do consumidor, no canal de distribuição e na plataforma.
Vejam os números conforme matéria da Época Negócios:

A venda de tablets atingiu 4,8 milhões de unidades no terceiro trimestre de 2010. Somado ao número de equipamentos vendidos no segundo trimestre, o total de produtos comercializados chega a 12,9 milhões. Os números foram divulgados pela consultoria IDC.

Entre os meses de julho e setembro de 2010, o iPad reinou praticamente sozinho nesse novo segmento. Foram 4,2 milhões de tablets da Apple vendidos, o que representa 87,4% do mercado total. Os Estados Unidos continuam sendo o principal mercado, concentrando 40% das vendas.

A tendência para 2011 é de um crescimento ainda maior. A IDC espera que 44,6 milhões de tablets sejam vendidos em 2011, o que representaria um crescimento de mais de 160% se comparado a 2010. A estimativa para 2012 é de 70,8 milhões de portáteis comercializados em todo o mundo.

A consolidação dessa nova categoria de produto em franca expansão tem a marca da Apple. A marca de uma empresa inovadora. Se ela depende de Jobs ou se tem uma "máquina de inovação sistemática" será preciso esperar cenas dos p'roximos capítulos para saber.
abs
Maximiliano Carlomagno

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Retrospectiva 2010

Olá Pessoal,

Saiu hoje no Jornal Brasil Econômico nosso artigo sobre a Retrospectiva 2010 da inovação. Publico parte aqui no Blog e sugiro que leiam a integra:

Com a passagem de ano, balanços dos últimos 12 meses se tornam comuns. Como o assunto deste espaço é inovação, nada mais oportuno do que ressaltar eventos e iniciativas nesse campo. Mas, afinal de contas, fomos mais inovadores em 2010? Sem dúvida, o tema continuou ganhando destaque junto à comunidade empresarial brasileira.

O ambiente institucional e econômico em consolidação, somado ao crescimento da concorrência, transformaram a inovação em prioridade. Uma pesquisa recente, realizada por nós, sinaliza que para 63% dos executivos a inovação está entre as três principais prioridades para 2011.

Mas voltemos ao ano que passou. Ele ficará marcado pela maior atratividade do Brasil como destino das inovações desenvolvidas por grandes empresas, pela ampliação das inovações ambientalmente sustentáveis, pelo incremento do uso dos incentivos fiscais voltados à inovação e, claro, pelo sucesso de mais um arrasa-quarteirão da Apple.