quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Ações e Idéias na ALL


Olá,

Boas discussões sobre a entrevista da BASF. Essa semana aproveitamos para responder a uma série de questionamentos que recebemos em nossos em palestras, seminários e projetos de consultoria sobre inovação. O "Programa de Sugestões e Idéias" pode ser fonte de inovação?
O caso abaixo relata o exemplo da ALL - América Latina Logística com a questão. Uma das idéias gerou economia estimada em R$ 15 milhões. Outra caracteristica interessante é o volume de idéias implementadas o que tende a expressar o tipo de idéia incentivada pela empresa.
Temos tido experiências que indicam que o Programa de Sugestões pode ser uma das fontes de idéias para INOVAÇÃO mas não a única fonte. Determinados projetos inovadores originam-se de outras fontes que não a equipe interna da empresa (OPEN INNOVATION) mas de parceiros, clientes e fornecedores. Nesse sentido fomentamos o uso dessa ferramenta.
A disfunção ocorre quando a empresa transforma o programa num veículo de expressão em função da dificuldade dos colaboradores de desenvolverem idéias a partir de suas próprias chefias. Outra disfunção é pedir sugestões sem canalizar para o que a empresa precisa. Por fim, presenciamos experiências nas quais as idéias e sugestões são melhorias de baixo impacto que, ainda que necessárias, não têm qualquer potencial inovador.
Tendo o cuidado de ultrapassar esses obstáculos o programa pode servir de importante aliado na mobilização, reconhecimento e valorização dos colaboradores da empresa.
E você? Tem experiência no tema? Como ocorreu na sua empresa?
Compartilhe com nossa comunidade suas práticas!
Abs
Max


INOVAÇÃO NA ALL

O paranaense Antenor Pazini é conhecido na ALL como “professor Pardal”. Não é à toa. Neste ano, o coordenador da central de serviços de via permanente da ALL em Curitiba concorre ao tri-campeonato no programa “Idéias e Ações”, que premia os autores das idéias mais inovadoras e lucrativas. Desta vez, Pazini está na disputa com o projeto do “Quadriciclo para inspeção motorizada da via permanente”. Se ganhar, poderá levar para casa um carro zero quilômetro – o terceiro dele. A avaliação ocorrerá no início de 2009. “O objetivo é aproveitar idéias de colaboradores para reduzir custos e melhorar os processos”, explica Paula Anderson, responsável pela área que coordena o “Idéias e Ações”. O estímulo ao empreendedorismo é benéfico tanto para funcionários – são mais de 5 mil no Brasil – quanto para a empresa. O projeto “Esmerilhadora de Trilhos”, por exemplo, desenvolvido por Pazini em 2005, gerou uma economia anual estimada em R$ 15 milhões. Ele transformou uma velha socadora desativada em um equipamento extremamente útil para reduzir a troca de trilhos na malha ferroviária da ALL. .
Para conquistar a vitória, o projeto precisa ser aprovado pelo gerentes da área destinada e colocados em prática. Se o impacto é positivo, a idéia é encaminhada ao departamento de qualidade – que, juntamente com a diretoria, faz avaliações trimestrais. Paula conta que são aproveitadas cerca de quatro idéias a cada trimestre. No início de cada ano, elas são julgadas e premiadas. E não é só Pazini quem tem se destacado com suas invenções. A executiva destaca outros projetos recentemente colocados em prática, como o que ganhou um automóvel em 2007. Um dos funcionários, por exemplo, inventou uma maneira de aumentar a vida útil dos pneus dos caminhões da ALL. Ele inseriu nos pneus pequenos sacos plásticos com bolinhas de silicone. Os sacos estouram gradualmente, conforme a rodagem dos veículos. Uma vez soltas no pneu, as bolinhas ajudam a identificar problemas como a necessidade de balanceamento ou o momento certo de substituição dos pneus. “O sistema rendeu uma economia de R$ 220 mil em apenas 10 meses. Aumentamos em 20% a vida útil dos pneus”, explica Paula.
Outra idéia colocada em prática no ano passado está sendo implementada em várias unidades da ALL no país. Trata-se de um sistema que dispensa a utilização de água encanada nos banheiros e na lavagem de vagões. “Passamos a utilizar água de chuva, que fica armazenada em antigos vagões de transporte de combustíveis”, conta Paula. Ela afirma que este projeto, sozinho, reduziu em R$ 74 mil os gastos com água em um período de 12 meses. “São idéias simples, que geram agilidade e economia aos processos da ALL”, afirma. Qualquer funcionário pode participar do “Idéias e Ações”. “Tem gente de todos os níveis, desde coordenadores e analistas até o pessoal da base, como motoristas e maquinistas”, explica ela.
Fonte: Revista Exame

11 comentários:

Unknown disse...

Acredito que a empresa ao incentivar e premiar , todo mundo ganha. As pessoas precisam ser envolvidas tem muito a ajudar e sugerir no crescimento da empresa. A cada dia mais empresas estão tendo bom resultados com esta prática.
Agora pergunto qual a melhoor forma de premiar, por resultado, por idea,os dois juntos?...o que mostra que ter uma divisão na empresa cuidando do tema.

Anônimo disse...

Acredito que se a empresa não consegue filtrar o surgimento de idéias através das chefias, aumenta a importância da criação de uma diretoria especializada em inovação (como no case da Fleury), a qual possa organizar o 'boom' de idéias e selecionar as que realmente possam trazer resultado para empresa a curto e à longo prazo.

Anônimo disse...

A iniciativa da empresa de utilizar "open inovation" ajuda pois as idéas podem vir de fontes diferentes: fornecedores, clientes ou parceiros, que possuem pontos de vista diferente de um processo e que, por isso, podem colaborar de forma construtiva para melhorar os processos da empresa. E claro, como foi comentado, às vezes podem ocorrer disfunções com as informações, mas isto faz parte.

Anônimo disse...

Olá gente!
Acho q é mto válido sim, esse tipo de incentivo!
O ideal, no meu entendimento, é que a pessoa ganhe uma porcentacem do lucro que a sua idéia traz p/ a empresa. Mtas empresa oferecem um valor x p/ o funcionário (isso é comum nos EUA), e isso acaba desmotivando os outros colegas. Já que a idéia é rentável, nada mais justo do que pagar a porcentagem, enquanto esta idéia estiver em uso na empresa, não é?
ELISÂNGELA STAHNKE - 53

Anônimo disse...

a melhor forma de premiar é estabelecer diferentes momentos para a avaliação e daí reconhecer. Pode ser desde o lançamento da idéia até sua concretização em uma inovação.

Anônimo disse...

EDUARDO D . SELZLEIN - GESTÃO DA INOVAÇÃO
Olá. Mas que belos exemplos de inovação em processos relatados na ALL. Este é um caso onde é possível se observar que foi criado um ambiente propicio e estimulador ao surgimento de idéias e também um mecanismo receptivo e avaliador, no qual os funcionários de qualquer escalão sentem-se confortáveis para participarem e correm até o risco de serem premiados. Mas o que mais me chamou a atenção é que se a ALL determina-se um objetivo a ser alcançado, para que os colaboradores dessem sua contribuição, provavelmente o sistema de aproveitamento de idéias não seria tão eficiente como esta sendo com a opção livre tema para as sugestões, onde, pela lógica cada funcionário esta sugerindo mudanças na área em que realmente atua e sabe melhor do que ninguém o que pode ou precisa ser melhorado. Mas também não podemos deixar de citar que o comprometimento da alta direção da empresa é o fator que justifica o sucesso do programa, pois uma vez que a idéia é selecionada e transformada em projeto para a inovação de algum processo, a ordem de aplicação vem dos níveis mais altos, dando assim evidencias de como os dirigentes estão convencidos da importância de um programa desse tipo.

Anônimo disse...

Concordo com o Eduardo quanto a importância do apoio das lideranças no processo de inovação. Porém acredito que quando há direcionadores estratégicos para a geração de idéias temos uma maior probabilidade de surgir iniciativas alinhadas com o que a empresa está esperando. Isso nao quer dizer que apenas algumas áreas devam se envolver.

Anônimo disse...

Idéia e Ação, a escolha do nome do programa foi bastante feliz. Não bastam as idéias, tem que haver ação também...

Anônimo disse...

o interessante é que empresas de setores considerados maduros, chamados de baixa tecnologia, mantenham essa orientação estratégica para inovação. E mais do que isso, estabeleçam um processo estruturado de gestão da inovação.

Anônimo disse...

a inovação em setores de alta tecnologia é commoditie. Em setores de baixa tecnologia ela tem enormes oportunidades. No entanto, o tipo de inovação pode não ser de produto!

Anônimo disse...

o prêmio é a cenoura que fica na frente para incentivar os colaboradores. As políticas de rh, avaliação de desempenho, posturas dos chefes e cultura da empresa para incentivar a inovação, deve ser a cenoura que fica atrás...