quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Pfizer Inova no uso de relacionamentos


Olá,

Tudo bem? O blog está cada vez mais ativo. É realmente uma oportunidade de desenvolvimento de conhecimento sobre Inovação. O caso da ALL foi bastante interessante!
Hoje trazemos uma abordagem da Pfizer, mundialmente reconhecida pelo Vigra. A empresa está estabelecendo relações com médicos e pesquisadores acadêmicos para inovar. Também merece destaque a idéia de que a empresa vai atuar num segundo nível na cadeia de valor da inovação. Ao invés de trabalhar na fase de idealização a empresa tende a fomentar o relacionamento com os médicos e pesquisadores para que esses gerem as idéias que serão depois aceleradas pela empresa.
Também merece atenção a intenção da empresa de adotar inovações incrementais em produtos como o Liptor que perderá a proteção da patente em 2011 para ampliar seu potencial de ganhos noutro contexto competitivo.
Esse caso nos coloca duas questões essenciais:
- a empresa pode terceirizar parte do processo de inovação? Dessa forma pode-se compartilhar o risco?
- quais tipos de inovações são mais adequados em quais contextos?
Quais suas experiências?
Abs
Max



PFIZER BUSCA "SÓCIOS" PARA ENCONTRAR NOVOS MEDICAMENTOS
Disposto a aumentar sua participação no mercado brasileiro, o laboratório americano Pfizer está atrás de novos parceiros no país. A intenção da farmacêutica é estabelecer parceria com médicos e pesquisadores acadêmicos que já possuam projetos de desenvolvimento de novos medicamentos.
"Queremos fazer acordos de longo prazo e vamos fazer parcerias", diz Philippe Crettex, presidente do laboratório Pfizer no Brasil. "Vamos pôr a experiência em pesquisa, os recursos financeiro e a presença global da Pfizer à disposição dos parceiros.Para alcançar a meta, o laboratório decidiu fazer um inventário dos projetos de pesquisa de novos medicamentos que estão em desenvolvimento no país. Com este banco de dados, a empresa avaliará os projetos mais adequados a sua linha de produtos.
A gigante farmacêutica, com vendas superiores a US$ 48 bilhões em 2007, dona dos remédios contra impotência sexual Viagra, o redutor de colesterol Lipitor e o tratamento anti-fumo Champix, está mirando para os países emergentes, como o Brasil, na tentativa de elevar suas vendas quando países maduros apresentam taxas mais modestas de crescimento.
"Há múltiplas oportunidades de crescimento no Brasil", diz o suíço Crettex, em sua primeira entrevista à imprensa brasileira, desde que assumiu o comando da subsidiária há dois anos, depois de cuidar das operações da Pfizer na Venezuela. "Vamos continuar com a tradição de inovação, mas fazer diferente do sucesso do passado." Antes de ingressar na Pfizer, ele comandava a Pharmacia na Argentina, quando a Pfizer adquiriu as operações globais da rival.
Crettex é um dos responsáveis pela estrutura da Pfizer no Brasil, respondendo aos executivos da corporação nos mercados emergentes, que contemplam também regiões como Ásia e Oriente Médio. O Brasil não representa nem 2% das vendas mundiais.Ao mesmo tempo, a Pfizer tem o desafio mundial de encontrar novos medicamentos que consigam compensar a futura perda de receita com o fim da patente de drogas importantes do seu portfólio. É o caso do Lipitor, cuja proteção intelectual expira no início da próxima década. A droga vende por ano mais de US$ 10 bilhões no mundo e é o carro chefe do laboratório no país.
Segundo Crettex, a Pfizer está estudando formas para evitar que a molécula do Lipitor acabe tendo suas vendas afetadas pelo surgimento de medicamentos genéricos assim que a patente termine, em 2011. "Vamos trabalhar com a oportunidade de manter parte das vendas antes dos outros", diz. "Não vamos deixar o medicamento cambaleando." Entre as alternativas, a empresa estuda a possibilidade de fechar acordos de licenciamento com terceiros, mas a decisão final só será tomada no ano que vem.

Fonte: Valor Econômico

9 comentários:

Anônimo disse...

Penso que é natural que se utilize os parceiros no desenvolvimento das inovações, principalmente em indústrias de mais alto risco e tecnologia. É pouco provável que uma empresa tenha internalizada todas as competências para realizar desenvolvimentos de diferentes naturezas, de maneira que a utilização da chamada open innovation é um caminho sem volta. Isso vale para outras indústrias também.

Anônimo disse...

concordo com o Paulo no entanto não vejo como algo natural. Vemos grandes empresas que ainda adotam o modelo "fechado" de inovação.
além disso, me chamou a atenção a busca de alternativas para depois da quebra da patente!
Muito boa essa analise. Parabens!

Anônimo disse...

Juliana, realmente tens razão, nem todas as empresas tratam a inovação aberta como natural, ainda muito receosas de ter que dividir seu conhecimento e idéias com outras empresas.

Anônimo disse...

A meu ver, a questão de terceirizar processos de inovação depende muito da capacidade interna da empresa em desenvolver projetos na área à qual necessita. Se esse empresa possuir competência e a "área" for de alta importância estratégica, o mais "natural" é que ela trabalhe por si própria, e caso contrário, busque parcerias... O segmento farmacêutico é de altos riscos e custos, um setor muito baseado em pesquisas, o que acredito ser um fator que faça com que se busque parcerias com mais frequência do que outros setores.

Anônimo disse...

eliane, concordo mas o tema da inovação normalmente demanda competências novas motivo pelo qual cresce a abordagem de open innovation. Alem disso, a idéia de "área" é cada vez mais difusa. A Apple está em qual "área"? Abs

Anônimo disse...

realmente determinados setores têm maior propensão a inovação aberta do que outros... mas não é apenas o setor... depende da empresa! Na minha isso não seria viável nunca...

**Eli disse...

Pedro, acho que não deixei muito clara o significado de "área" na minha colocação (realmente a palavra não é a mais apropriada). A idéia não é em qual área a Apple está inserida, por exemplo, não é uma visão macro e sim, dentro da empresa, alvejando um novo objetivo, em qual campo (área) eu possuo competência e se esse campo é de alta importância estratégica ou não para o meu negócio. Abs

Unknown disse...

Na minha modesta opinião, a empresa não procura novos socios para inovar e se ampliar a gama de novos produtos potenciais. Verificando onde possa encontrar novos produtos que possa no futuro patentear e ganhar mais grana.
Eu acredito, que desta forma, os custo de P&D, não só vai disminuir como vai encontrar novos produtos mais rápidamente.

Anônimo disse...

jorge, entendo que a busca de sócios é uma forma de utilizar parceiros para acelerar a velocidade como dissestes mas também reduzir o risco e especialmente ter acesso a competências que a empresa não dispõe....