quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Inovação na BASF


Olá,

Tudo bem? Ótimas discussões sobre o case da Fleury.
Essa semana trazemos outro caso interessante. A BASF, antigamente reconhecida pelas suas Fitas K7 é uma empresa de Química com investimentos bastante diversos. A entrevista com o responsável pela área de pesquisa da empresa traz uma série de insights interessantes.
Um deles é sobre a seleção das idéias que devem seguir adiante "abrindo mão" das outras idéias. Sem dúvida o empresário tem grande dificuldade nesse ato de "abrir mão". Fica uma sensação de que se está perdendo algo. No entanto, se não concentrarmos esforços naquelas idéias que melhor encaixam na estratégia de inovação da empresa o resultado será que a empresa irá "abrir mão" de todas elas.
Ele também traz questões relacionadas ao funding (financiamento) das iniciativas inovadoras. Uma parcela dos recursos é destinada para projetos que ainda não tem clareza de mercado.
Outro insight interessante é sobre o nível de centralização na matriz que os programas de inovação devem ter.
E na sua empresa? Há um critério claro para seleção de idéias? Por que é tão difícil "abrir mão"?
Os recursos direcionados para inovação também enfocam projetos nos quais o grau de incerteza é bastante elevado?
Por fim, suas experiências mostram que é melhor centralizar ou descentralizar a inovação?
Compartilhe conosco e nos ajude a desenvolver a capacidade de inovação nas empresas Brasileiras.
Abs
Max


O custo da inovação
Responsável pela unidade de pesquisa da Basf, o executivo diz que um dos segredos da empresa é não ter vergonha de jogar idéias no lixo

Por Larissa Santana
Uma das líderes mundiais no registro de patentes, a companhia alemã Basf investe por ano mais de 2 bilhões de dólares em pesquisa. Coordenador do processo de inovação na empresa, o executivo Alfred Hackenberger fala sobre os desafios e a estrutura da companhia para criar novos produtos e tecnologias.

1 - Onde estão hoje as maiores oportunidades de inovação?
Observamos atentamente tendências em áreas como a de sustentabilidade. No futuro, provavelmente, vamos precisar de fábricas que transformem a energia solar em elétrica. Essas indústrias deverão ser alocadas nos países quentes e precisaremos transportar a energia para o hemisfério norte. Aí pode haver um mercado para nós.

2 - Como a Basf estrutura esse processo de inovação?
Da verba total de pesquisa da Basf, que supera a marca anual de 2 bilhões de dólares, dedicamos 80% a projetos atrelados a metas. Os outros 20% vão para estudos cujos resultados no mercado ainda não estão tão claros. Com eles, buscamos plataformas de tecnologia, como novos métodos de clonagem.

3 - Por que esses 20% são tão importantes?
Para que a companhia olhe mais para o futuro. Esses projetos lidam com tecnologias ainda sem maturidade para gerar produtos dentro de dois, três anos. O objetivo é que estejamos preparados para um horizonte mais distante.

4 - A Basf era uma das líderes no mercado mundial de áudio no tempo das fitas cassetes. Com a chegada do CD, a empresa não conseguiu manter a mesma supremacia nessa área. Que lições vocês tiraram desse episódio?
A lição é que devemos pesquisar todas as alternativas tecnológicas. Há sempre uma quebra de paradigma em relação à inovação. Hoje, não só desenvolvemos produtos mas também olhamos constantemente novas oportunidades e tecnologias no mercado.

5 - Para estimular a criatividade no ambiente de trabalho, empresas como o Google criaram escritórios com mesas de bilhar e concedem aos funcionários tempo livre durante a semana. O que o senhor acha dessa estratégia?
É uma excelente estratégia para estimular a inovação. Dentro da Basf, temos maneiras formais e informais de compartilhamento e criação de novas idéias. Vão desde espaços destinados ao encontro de funcionários em áreas como as de café até uma reunião mundial com os pesquisadores na matriz da empresa, em Ludwigshafen, na Alemanha.

6 - Durante o processo de inovação na Basf, muitas idéias acabam no lixo?
Nenhuma empresa pode garantir o sucesso de todos os seus projetos. Jogar idéias fora é natural e não deve ser encarado com vergonha. O importante mesmo é saber quando parar de investir e perceber que o jogo está perdido. Muitas vezes, dentro de 1 000 opções pesquisadas para o desenvolvimento de um produto, apenas um punhado delas vai vingar comercialmente.

7 - Toda a inovação cabe à matriz?
Não. É preciso que as subsidiárias sejam envolvidas — ainda que a gestão seja central. Hoje, a Basf tem mais de 1 400 parcerias no mundo — 40% delas com empresas e 60% com universidades. Assim, temos antenas para captar possibilidades em todo o planeta.

Fonte: Revista Exame

11 comentários:

Anônimo disse...

muito boa a entrevista! é possível ver diferentes iniciativas que eles adotam para fomentar a inovação. Gostei muito da divisão do orçamento, seprando parte dos recursos para novos projetos!

Unknown disse...

Podemos vereficar pela entrevista que empresas líderes, sabem que precisam de buscar novos negocios, para que no futuro possam continuar no mercado e ganhando dinheiro. No brasil penso na Petrobras como exemplo.

Anônimo disse...

Achei muito interessante a pergunta e a resposta nº 4, onde o executivo da BASF afirma que hoje eles observam mais as mudanças e tendências do mercado e não apenas se preocupam em desenvolver produtos. A empresa vê o quanto é importante investir em inovação.

Anônimo disse...

daniela,
realmente... eles deixam bem claro a orientação externa da empresa, ao invés da orientação interna que coloca a empresa num casulo! Acredito que isso se deva ao aprendizado do caso com as fitas k7

Anônimo disse...

concordo com a Daniela mas entendo que a empresa tambem precisa olhar pra dentro pra definir que tipo de inovação ela quer ou pode buscar... vejo com coisas complementares....

Anônimo disse...

sem saber em que pode inovar a empresa não vai a lugar algum ... ou melhor vai perder dinheiro! Sem priorizar não adianta!!!

Anônimo disse...

é a idéia básica de brainstorming.. idéias surgem aos montes, o segredo do sucesso é selecionar aquelas que realmente sejam importantes para empresa e que se encaixem no mercado alvo dela.
Achei muito interessante a empresa destinar 20% de seus investimentos em pesquisa à estudos que ainda não estão claros. Isso mostra a capacidade real da empresa preocupar-se com inovação a longo prazo.

Anônimo disse...

Realmente como disse o responsável pela área de pesquisa da BASF hoje, as empresas precisam, além de desenvolver novos produtos em suas áreas e dominar a tecnologia dos mesmos, a empresa precisa também olhar para mercados que não estejam 100% claros e pesquisar estes mercados, para que no futuro estes projetos possam garantir o sucesso da empresa.

Anônimo disse...

ótima postagem, pode servir como inspiração para identificar melhores práticas.

Anônimo disse...

na época das fitas k7 e dos disquetes a Basf era bem forte, agora acho que eles mudaram um pouco o foco, não estão tanto em produtos de varejo.

Anônimo disse...

Eles utilizam a abordagem de Portfólio de projetos inovadores, alocando a maior parte do orçamento de inovação para proejetos de curto-médio prazo (menor risoc) e o restante em novas tecnologias com maior risco e mais longo prazo.