quinta-feira, 12 de março de 2009

Inovação em Revista


Olá,

É com grande prazer que informamos o lançamento da 20a Edição da Revista Best Home contendo uma entrevista com os sócios-fundadores da Innoscience sobre Gestão da Inovação.

No link abaixo você pode conhecer a revista e acessar a entrevista da Innoscience na íntegra. Ao longo das próximas semanas traremos alguns trechos aqui no Blog.

http://www.teitelbaum.com.br/besthome/revista_virtual.php#

Abs
Max

terça-feira, 10 de março de 2009

Inovação e imitação


Olá,

Tudo bem?

Você conhece a Lenovo? A Lenovo é a empresa chinesa que comprou a divisão de PCs da IBM alguns anos atrás. Depois de algumas tentativas frustradas de expansão internacional a empresa está refocando o mercado doméstico chinês onde tem mais de 40% de market share.

Durante anos o segmento de PCs foi dominado por inovações tecnológicas e de produto. Recentemente, algumas empresas como a Apple tem inovado nos Pontos de Presença com o desenvolvimento de Lojas Próprias de Varejo. Também percebe-se a inovação de clientes com as iniciativas da Positivo em direção a Baixa Renda no Brasil e os Netbooks (nova categoria de microcomputadores que a Asus desenvolveu).

A Lenovo parece ter aprendido com os dois casos e agora está tentando replicar tais experiências na China. A empresa anunciou em reportagem no Wall Street Journal que irá abrir 700 novas lojas para atender o consumidor rural chines como produtos de baixo custo. A empresa pretende aproveitar o estímulo que o Governo Chines está dando para compra de eletrônicos em áreas rurais. A empresa divulgou que irá oferta 15 modelos entre $ 365 e $ 510. O Vice Presidente da empresa prometeu atender mais de 320 mil comunidades. Os analistas de mercado tem dúvida quanto ao potencial da oportunidade já que a renda média do trabalhador rural é de $ 700 média/ano e as condições de subsídios estão disponíveis para todos concorrentes. Por outro lado, esse modelo se bem sucedido poderia ser "exportado" para outros paises.

A notícia apresenta alguns aprendizados:

1) As inovações são rapidamente copiadas: Estamos numa era de enorme mobilidade do conhecimento e acesso a informação. As empresas mais exitosas atraem atenção de "copiadores" que tentam replicar tais soluções sem ter que incorrer nos custos e riscos da inovação.

2) Existem diferentes tipos de inovação: Como podemos observar há inovações de produto e tecnologia mas mesmo em setores caracterizados como de alta tecnologia são outros tipos de inovação que estão gerando os maiores resultados.

E na sua empresa? As inovações também são rapidamente copiadas? Quais tipos de inovação tem maiores dificuldades de serem copiadas?

Abs
Max

quinta-feira, 5 de março de 2009

O Halls a Melhoria e a Inovação


Olá,

Tudo bem?

Essa semana discutimos na Innovation Insight, newsletter da Innoscience sobre a diferença entre invençõa, melhoria, inovação incremental e radical. Aproveitaremos o Blog para a partir de um caso discutir tais conceitos. Para tanto, apresentamos a Matriz de Melhoria e Inovação uma criação da Innoscience para facilitar esse entendimento.
Na semana passada ao parar para abastecer num posto de gasolina no deslocamento entre reuniões comprei um Halls. Isso mesmo a famosa bala da Cadbury, uma das maiores empresas de confeitos do mundo.
Ao comprar percebi que o Halls que escolhi tinha uma novidade. Será uma inovação? O Halls de maça verde tinha pequenas "listras" de morango que davam um sabor diferente para a bala. Voltei a loja de conveniência AM PM do Posto Ipranga (que também merece uma análise de inovação) e percebi que o Halls também era vendido em caixinhas não apenas em sua embalagem original. Mas seria então isso uma inovação? Me lembrei do Club Social bolacha salgada que fez enorme sucesso vendendo em pequenas embalagens que crianças e trabalhadores podiam levar para comer durante o dia.
Antes que vendedora que nesse momento já deveria estar preocupada com meu nível de análise das balas me fizesse algum questionamento fui embora.
Tomamos o presente exemplo para ilustrar as diferenças de melhoria, inovação incremental e radical. As "listras" de morango não podem ser consideradas uma inovação. São continuidade do produto existente com algum avanço. No entanto é pouco provável que mudem significativamente o resultado do produto para a Cadbury. Já a alternativa de uma nova embalagem que no caso do Club Social pode ser considerada uma inovação incremental no caso do Halls também parace uma melhoria pois essa já era prática comum no mercado de balas e confeitos, mudar o formato, tamanho e tipo de embalagem, algo que não ocorria com as bolachas.
E o que seria uma inovação radical? Me lembrei do Iogurte Activia da Danone que revolucionou o mercado. Não seria possível um Halls com alguma propriedade que pudesse auxiliar o desenvolvimento das crianças por exemplo? Uma linha de balas com benefícios de saúde poderia revolucionar o mercado de confeitos e se transformar numa inovação radical.
Importante destacar que todos movimentos são necessários e complementares. A Cadbury pode utilizar de melhorias, inovações incrementais e radicais para melhorar o desempenho de seu negócio.
Você tem exemplos de sua empresa de algo que poderia ser considerado melhoria, inovação incremental e radical? Compartilhe conosco!

abs
Max

sábado, 21 de fevereiro de 2009

Projetos Operacionais x Projetos de Inovação

Olá

Tudo bem?

Temos sido frequentemente questionados sobre quais as diferenças entre um projeto operacional, destinado a gerar uma melhoria num determinado processo, produto ou serviço e um projeto de inovação. Vamos lá!

Qual a diferença de gerenciar um projeto operacional e um projeto com potencial inovador?
Um projeto com o qual o gestor está habituado a lidar no dia a dia requer um conjunto de métodos para sua execução. Nesse tipo de projeto as incertezas são facilmente identificáveis, as variáveis centrais controláveis e os resultados normalmente conhecidos. Uma extensão de linha de produto, a implementação de uma pratica de gestão numa nova subsidiaria, uma reorganização de processos ou expansão geográfica. Estes projetos compartilham as características acima delineadas e , portanto, podem ser gerenciados com as ferramentas de gestão de projetos, destaque para o PMI – Project Management Institute.
Os projetos de potencial inovador são apostas no futuro. As ferramentas de fluxo de caixa descontado, orçamento projetado para 5 anos e 5W2H convencionais não funcionam pois baseiam sua prescrição na estabilidade do ambiente enquanto que os projetos de potencial inovador lidam com alto nível de incerteza e ambigüidade.
A idéia de pesquisa, análise-resultado precisa ser renovada por uma nova mentalidade baseada na experimentação e no aprendizado. Quando o grau de incerteza sobre o comportamento do consumidor, o nível de adoção do produto, as respostas dos concorrentes, a viabilidade técnica ou econômica é alto é preciso sistematizar um processo de aprendizado sobre as questões desconhecidas para que sejam esclarecidas o mais rápido possível.
Esse processo de aprendizado decorre de uma abordagem de tentativa-e-erro estruturada que aborda num contexto similar ao real as circunstâncias necessárias para as respostas das diferentes dimensões da nova idéia (marketing, técnica, econômica). Ao final dessa experimentação a empresa deve ter sanado suas dúvidas e decidir se aborta o projeto ou implementa em larga escala.
Se a opção for por abortar o projeto terá investido poucos recursos e angariado muito aprendizado estratégico. Se a opção for por ir adiantee terá desenvovlido uma idéia muito mais robusta e aumentando significativamente suas chances de sucesso.
Em se tratando de inovação a única certeza é que a abordagem vencedora não é igual aquela idealizada na garagem. A estratégia vencedora emerge com o tempo. Quando mais cedo ela emergir mais rápido sua empresa irá vencer!
O que você pensa sobre esse tema?
ótimo Carnaval a todos!

abs
Max

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Tudo Azul na Azul?


Olá,

Tudo bem? Você deve ter acompanhado ou até sentido os benefícios da entrada da GOL no mercado de aviação comercial Brasileiro anos atrás. Com um modelo de baixo custo/baixas tarifas consolidado no exterior e inexistente por aqui a empresa nasceu, cresceu, comprou a Varig e agora enfrenta alguns desafios de integração de dois negócios diferentes.
Mais recentemente entrou no mercado a Azul do mesmo fundador da JetBlue referência internacional no setor.
Segundo reportagem da Revista Exame, " a concorrência aberta com a chegada da Azul ao aeroporto de Viracopos, em Campinas, está provocando uma verdadeira guerra tarifária e aumentando a oferta de assentos e opções de horários".
Esse novo movimento da Azul e a resposta dos líderes GOL e TAM permite alguns aprendizados sobre como Atacar os líderes com maior probabilidade de exito.
A análise de especialistas é que a concorrência tende a continuar reduzindo preços em determinadas rotas. Conforme a matéria, "O bilhete de Campinas para Curitiba, que até novembro não saía por menos de R$ 140 pela Gol, ou R$ 160 pela TAM, hoje pode ser comprado por nada menos que R$ 39,50 na TAM".
A primeira resposta da Azul a guerra de preços provê algum indicativo de sua postura futura. A empresa baixou sua tarifa para R$ 59. No entanto, segundo o Presidente do Conselho de Administração David Neeleman a empresa não irá continuar essa guerra com a TAM "É um preço muito baixo, nunca vi uma tarifa assim, são US$ 15".
Além das tarifas reduzidas, a TAM também lançou voos diretos em algumas das rotas da Azul, como Porto Alegre e Salvador. Até então, a empresa só fazia essas rotas com escalas ou conexões.
Por que a entrada da GOL teve um padrão de resposta e a da AZUL parece ter outro?
Segundo as teorias de inovação:

1) Quando alguém introduz uma inovação que foca os principais consumidores dos líderes do setor esse inovador tende a ter menores chances de sucesso do que quando foca não consumidores ou os consumidores desatendidos pelos líderes.

2) Quando foca os centros de lucros de um líder, a empresa inovadora liga a luz de alerta do líder que rapidamente sente os efeitos da inovação e tem motivação suficiente para responder.
Essa resposta, seja no padrão redução de preço ou novas rotas como fez recentemente a TAM pode ser definitiva para uma empresa com menor disponibilidade de recursos. Por outro lado, quando foca clientes que não consomem ou que não interessam aos líderes eles tendem a não responder. Nesse caso aumentam significativamente as chances do inovador crescer para num segundo momento tentar uma batalha frente a frente em melhores condições. Do contrário as chances de sucesso são bastante reduzidas.
Anos atrás quando a GOL entrou no mercado acabou "aumentando o bolo" pois sua proposta de Low Cost/Low Fare possibilitou a entrada de clientes que antes não consumiam e outros que as propostas Premium de Varig e TAM não se interessavam. Quando ela apareceu no radar das líderes já era tarde e a GOL tinha se constituido numa referência para o setor.
Se a Azul conseguisse operar os aeroportos secundários e focar clientes não atendidos (o que agora não é tão fácil quanto antes) ela aumentaria suas chances de consolidação. Ou o céu pode ficar pouco Azul.
Você concorda com essa visão sobre o tema? Tem alguma experiência para compartilhar?
abs
Max

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Open Innovation na Prática


Olá,

Tudo bem? Ao longo dos últimos 2 anos temos abordado o tema da Inovação Aberta aqui no Blog. O conceito de Open Innovation foi desenvolvido por Henry Chesbrough professor americano especialista em inovação e se baseia na utilização de caminhos internos ou externos para avançar no desenvolvimento de inovações.
"As idéias podem ser geradas dentro da empresa e desenvolvidas por terceiros ou geradas por terceiros e desenvolvidas dentro da empresa".
Algumas empresas dominam a geração de idéias inovadoras enquanto que outras têm maior habilidade na transformação de grandes idéias em grandes projetos.
Recentemente desenvolvemos um projeto de Open Innovation na Banricoop. A Banricoop é uma cooperativa de crédito pessoal que oferta produtos financeiros de crédito (pessoal, veículos, capital de giro) e investimentos (aplicações). Sendo uma cooperativa de crédito, seus clientes são também seus acionistas. O projeto que foi denominado "Idéias de Futuro" deixa alguns aprendizados para aqueles que querem realizar iniciativas similares. Ao convidar seus clientes/acionistas para sugerirem idéias para o desenvolvimento futuro da Cooperativa a empresa não apenas deixou claro sua crença na transparência e participação mas criou também uma poderosa nova fonte de idéias.
1) A participação costuma superar as expectativas
Ao desenharmos o projeto a expectativa era receber entre 10 e 50 idéias. Ao final de 20 dias de cadastramento pela internet foram recebidas mais de 160 idéias de clientes/acionistas da Banricoop para o projeto.

2) Diamantes a serem lapidados
As idéias são como diamantes em estado bruto. Precisam ser lapidadas em conceitos de negócio passíveis de serem implementados. Quanto mais cientes e envolvidos com a realidade da empresa estiverem os clientes melhor serão suas contribuições. No caso da Banricoop, das 160 idéias foram classificadas 103.

3) Não subestime a necessidade de avaliação e feedback
Todas as idéias receberam retorno da empresa sobre sua viabilidade. As 103 classificadas foram avaliadas por um comitê formado por executivos da empresa e um grupo de 3 clientes convidados. A mediação de tais avaliações foi feita de forma simples e prática. Os critérios foram Originalidade, Abrangência, Impacto, Simplicidade e Continuidade.

4) A mecânica é fundamental
No referido projeto os clientes/acionistas acessavam a internet onde dispunham de um regulamento detalhado do projeto bem como um direcionamento estratégico da empresa. Esse direcionamento estratégico continha os insumos básicos sobre os quais seriam dadas as idéias. Para facilitar foi tudo feito pela internet. Os formulários eram simples e em linguagem acessível. Para direcionar as idéias (ponto que já destacamos noutros posts) foram criadas 5 temáticas de indução. Ao sugerir uma idéia o cliente/acionista tinha que definir para qual temática seria.

O tema da inovação aberta está na pauta de diferentes empresas. No entanto, poucas tem reais experiências em como articular seus relacionamentos para geração e desenvolvimento de idéias inovadoras. O caso da Banricoop deixa alguns ensinamentos. A avaliação da gerente geral sobre o programa também estimula a adoção por outras organizações.

“Um dos grandes desafios de gestão de uma sociedade cooperativa é tornar efetiva a participação dos cooperados, que são os donos e também clientes do negócio. Recentemente, a implementação do Programa Idéias de Futuro Banricoop, não só estimulou a participação dos cooperados, mas também desenvolveu um senso de pertencimento e capacidade de influenciar os rumos da cooperativa. Foi um importante instrumento que permitiu maior envolvimento dos cooperados com os projetos estratégicos do negócio.”
Miriam Cechin da Silva - Gerente Geral

Pense na sua empresa. Ela está preparada para o Open Innovation?

Abs
Max

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Segmentação e Polaroid


Olá,

Tudo bem? A Polaroid marcou os anos 80 com suas fotos instantâneas. No entanto, como comentamos na semana passada uma mudança significativa de tecnologia não acompanhada com uma mudança de modelo de negócios tem dificultado sobremaneira o sucesso da empresa. O case que discutimos na Innovation Insight e no ulitmo post permite outras reflexões.

Segmentação de Mercado
O Prof. Clayton Christensen de Harvard tem enfatizado a necessidade de mudar a forma como segmentamos mercados. Durante anos o marketing focou no indivíduo para entender seu comportamento de consumo.
1) Quem é a pessoa que come um milk shake?
2) Como ele se comporta ao consumir um milk shake?
Segundo o Chirstensen ao invés de focar nos CONSUMIDORES a segmentação deveria focar na SITUAÇÃO DE CONSUMO. Para o pesquisador, as mudanças de comportamento tem relação mais frágil com QUEM ele É e mais intensa com QUAL A SITUAÇÃO QUE ELE ESTÁ VIVENCIANDO.

Para isso ele cita o exemplo de uma empresa que vendia milk shakes e ao segmentar seu mercado chegou a um cliente médio, com um comportamento médio de consumo que na verdade não traduzia as diferentes circunstâncias que ele vivia quando consumia um milk shake. A resposta da empresa foi ofertar um milk shake com atributos que não atendiam perfeitamente nenhuma das situações que o cliente pudesse estar passando.

Depois de olhar sob outra lente eles descobriram que a pessoa que comprava o milk shake pela manhã, independente de sexo, cor, raça, idade ou time de futebol tinha uma situação para resolver que ele chama de "job to be done", um trabalho a ser feito. Pela manhã esse trabalho era "ter um acompanhante gostoso e prático para enfrente 1 hora de trânsito". Para essa SITUAÇÃO se o milk fosse grande, mais viscoso e com alguma coisa que entretesse seria fantástico.

A situação de consumo da noite, muitas vezes pelo mesmo consumidor com sua idade, sexo, cor.... era outra. A noite o "job to be done" era "diminuir a culpa de sempre dizer não pro filho" quando o milk shake poderia ser menor, menos viscoso e trazendo algum tipo de promoção, os carrinhos do CARS, desenho animado de sucesso que poderiam ajudar a resolver a situação problema.

Mas afinal o que isso tem de novo? A necessidade de deslocar o foco do CONSUMIDOR para a SITUAÇÃO DE CONSUMO. O interessante é que um mesmo consumidor quando quer resolver uma situação adota um comportamento e quando quer resolver outra situação, até com o mesmo produto como acima, ele adota outro comportamento.

No caso da POLAROID será que a empresa compreendeu realmente qual o novo "JOB TO BE DONE" de quem compra uma máquina fotográfica? Os exemplos de máquinas nos celulares deixam alguma pista. Será que a situação de "bater uma foto e imprimir na hora" ainda é relevante na vida das pessoas?

Experimente fazer essa reflexão no seu negócio.

1) Qual) a situação problema que seu cliente está tentando solucionar quando busca o seu produto?
2) Como sua empresa poderia auxilia-lo a melhor resolver essa situação?


Partindo dessa reflexão as possibilidades de desenvolvimento de uma OFERTA aderente e inovadora serão muito maiores. Além disso, é possível que adotando essa perspectiva você perceba que seus concorrentes não são apenas aquelas empresas que ofertam os mesmos produtos que você mas todos aqueles que ajudam a resolver a situação do cliente.

Ou pelo menos, teremos melhores milk shakes!

Abs
Max